Aproveitando uma brecha no cansativo trio trabalho-estágio-faculdade... O CANETA agradece.
Por que os clubes do Rio de Janeiro estão tão mal atualmente?
Uma análise histórica da realidade de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo.
Zico comemorando um dos seus 508 gols com a camisa do Flamengo. Foto: INTERNET.
Já se foram 12 rodadas do Brasileirão e o melhor carioca na tabela de classificação é o Flamengo, que é apenas o 10º com 15 pontos ganhos em 36 disputados. Botafogo e Fluminense estão na zona de rebaixamento. E o Vasco na Série B, terceiro da zona de classificação, assistindo a belíssima campanha do Guarani. Por que essa realidade dos clubes cariocas? Será reflexo das administrações arcaicas ou realmente o brilho ofuscou-se no final dos anos 90?
Quando se fala de insucesso dos times do Rio de Janeiro, naturalmente aparece a comparação com os paulistas. Bairrismo histórico? Talvez. Mas, no atual cenário do futebol nacional, a comparação com São Paulo se dá porque este estado detém, hoje, o melhor futebol do país. Em termos de estrutura, administração e até mesmo nível técnico. A maior cidade brasileira com o melhor futebol do país.
Máquina Tricolor dos anos 70. Foto: INTERNET
Uma pequena explicação para explicar o porque da última frase. O sucesso nacional dos clubes cariocas se deu principalmente porque a cidade do Rio de Janeiro foi capital federal até 1960. Os centros das discussões políticas e financeiras, entre outros assuntos, estavam concentrados por aqui, enfatizando o poder da cidade em relação à nação. Tendo o futebol como principal esporte do país desde então, esta influencia fez com que Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo ganhassem projeção nacional.
Como se deu este domínio carioca? O rádio foi o principal agente. Por se tratar de um veículo de alcance até internacional – há relatos de se ouvirem os gols de Zico nos EUA pela Rádio Nacional no final dos anos 70 – e pelo fato de as principais rádios do país se concentrarem no Rio de Janeiro, os clubes da então capital federal ganharam todo país. O popularismo do Flamengo em caráter local, por exemplo, fora transmitido via ondas de rádio para muitos rincões do Brasil. E o que explica a existência de 33 milhões de rubro-negros no Brasil e a relação cidade central-imprensa-influencia.
Roberto Dinamite, protagonista de um dos lances mais geniais da história do futebol carioca: clique na foto e leia as legendas do trabalho do excelentíssimo Eurico Dantas.
Após a transferência da capital federal para Brasília, o Rio de Janeiro foi perdendo importância com o tempo. A longínqua Brasília não conseguiu, até hoje, ganhar o mesmo destaque que o Rio. Talvez por ainda não ter conseguido o mesmo glamour da cidade que foi capital do Brasil por séculos. E quem se tornou “cidade centro?” São Paulo. Berço da regular industrialização no Brasil, foi ganhando espaço por sua força econômica. E esta força lhe tornou a principal cidade do país atualmente.
Os veículos de comunicação mais influentes hoje em dia não estão na antiga ou na atual capital federal. Existem até alguns na antiga, mas o “grosso” está na “capital financeira”. São Paulo é o centro das atenções. O futebol praticado na cidade é propagado para todo os rincões do Brasil via todas as tecnologias que a imprensa paulista dispõe, isto é, jornal, rádio, TV, Internet, celular... Inapelável em relação ao simples, mas revolucionário para a sua época, rádio, que disseminou o futebol carioca.
O genio das pernas tortas fazendo mais uma de suas peripércias com a bola. Foto: INTERNET.
Sem influencia, menos atenção. Menos atenção, menos patrocinadores. Menos patrocinadores, mais dependência do trabalho dos cartolas. Mais dependência dos trabalhos dos cartolas, mais necessidade de boas administrações. O que no Rio nunca existiu desde que este que escreve se entende como gente. Melhor, até mesmo antes, muito antes, do nascimento deste que escreve.
Não que o brilho tenha acabado no fim da década de 90. Há brilho. Não há boa administração. Como trouxe o conteúdo deste texto, o problema é histórico. A realidade não mudará da noite para o dia, como os cartolas cariocas pensam. Enquanto eles continuam vivendo das glórias da capital federal e não se enquadram à atual conjuntura, São Paulo cresce, domina. E traz junto Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Se nada mudar, as fotos do post ficarão como lembrança do futebol carioca.
Por que os clubes do Rio de Janeiro estão tão mal atualmente?
Uma análise histórica da realidade de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo.
Zico comemorando um dos seus 508 gols com a camisa do Flamengo. Foto: INTERNET.
Já se foram 12 rodadas do Brasileirão e o melhor carioca na tabela de classificação é o Flamengo, que é apenas o 10º com 15 pontos ganhos em 36 disputados. Botafogo e Fluminense estão na zona de rebaixamento. E o Vasco na Série B, terceiro da zona de classificação, assistindo a belíssima campanha do Guarani. Por que essa realidade dos clubes cariocas? Será reflexo das administrações arcaicas ou realmente o brilho ofuscou-se no final dos anos 90?
Quando se fala de insucesso dos times do Rio de Janeiro, naturalmente aparece a comparação com os paulistas. Bairrismo histórico? Talvez. Mas, no atual cenário do futebol nacional, a comparação com São Paulo se dá porque este estado detém, hoje, o melhor futebol do país. Em termos de estrutura, administração e até mesmo nível técnico. A maior cidade brasileira com o melhor futebol do país.
Máquina Tricolor dos anos 70. Foto: INTERNET
Uma pequena explicação para explicar o porque da última frase. O sucesso nacional dos clubes cariocas se deu principalmente porque a cidade do Rio de Janeiro foi capital federal até 1960. Os centros das discussões políticas e financeiras, entre outros assuntos, estavam concentrados por aqui, enfatizando o poder da cidade em relação à nação. Tendo o futebol como principal esporte do país desde então, esta influencia fez com que Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo ganhassem projeção nacional.
Como se deu este domínio carioca? O rádio foi o principal agente. Por se tratar de um veículo de alcance até internacional – há relatos de se ouvirem os gols de Zico nos EUA pela Rádio Nacional no final dos anos 70 – e pelo fato de as principais rádios do país se concentrarem no Rio de Janeiro, os clubes da então capital federal ganharam todo país. O popularismo do Flamengo em caráter local, por exemplo, fora transmitido via ondas de rádio para muitos rincões do Brasil. E o que explica a existência de 33 milhões de rubro-negros no Brasil e a relação cidade central-imprensa-influencia.
Roberto Dinamite, protagonista de um dos lances mais geniais da história do futebol carioca: clique na foto e leia as legendas do trabalho do excelentíssimo Eurico Dantas.
Após a transferência da capital federal para Brasília, o Rio de Janeiro foi perdendo importância com o tempo. A longínqua Brasília não conseguiu, até hoje, ganhar o mesmo destaque que o Rio. Talvez por ainda não ter conseguido o mesmo glamour da cidade que foi capital do Brasil por séculos. E quem se tornou “cidade centro?” São Paulo. Berço da regular industrialização no Brasil, foi ganhando espaço por sua força econômica. E esta força lhe tornou a principal cidade do país atualmente.
Os veículos de comunicação mais influentes hoje em dia não estão na antiga ou na atual capital federal. Existem até alguns na antiga, mas o “grosso” está na “capital financeira”. São Paulo é o centro das atenções. O futebol praticado na cidade é propagado para todo os rincões do Brasil via todas as tecnologias que a imprensa paulista dispõe, isto é, jornal, rádio, TV, Internet, celular... Inapelável em relação ao simples, mas revolucionário para a sua época, rádio, que disseminou o futebol carioca.
O genio das pernas tortas fazendo mais uma de suas peripércias com a bola. Foto: INTERNET.
Sem influencia, menos atenção. Menos atenção, menos patrocinadores. Menos patrocinadores, mais dependência do trabalho dos cartolas. Mais dependência dos trabalhos dos cartolas, mais necessidade de boas administrações. O que no Rio nunca existiu desde que este que escreve se entende como gente. Melhor, até mesmo antes, muito antes, do nascimento deste que escreve.
Não que o brilho tenha acabado no fim da década de 90. Há brilho. Não há boa administração. Como trouxe o conteúdo deste texto, o problema é histórico. A realidade não mudará da noite para o dia, como os cartolas cariocas pensam. Enquanto eles continuam vivendo das glórias da capital federal e não se enquadram à atual conjuntura, São Paulo cresce, domina. E traz junto Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Se nada mudar, as fotos do post ficarão como lembrança do futebol carioca.
2 comentários:
essa discussão vai longe meu amigo...o futebol do rio não sai do lugar por não ter estrutura, por ser desorganizado e por tantos outros podres...veja que o Barueri e o Santo André conseguem ser mais arrumadinhos que os cariocas...não sei se há solução...
abraço!!
Acredito que isso tudo é pelas péssimas admnistrações de anos anteriores.
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