terça-feira, 21 de julho de 2009

MUDANÇA DE FOCO

Aproveitando uma brecha no cansativo trio trabalho-estágio-faculdade... O CANETA agradece.

Por que os clubes do Rio de Janeiro estão tão mal atualmente?
Uma análise histórica da realidade de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo.



Zico comemorando um dos seus 508 gols com a camisa do Flamengo. Foto: INTERNET.

Já se foram 12 rodadas do Brasileirão e o melhor carioca na tabela de classificação é o Flamengo, que é apenas o 10º com 15 pontos ganhos em 36 disputados. Botafogo e Fluminense estão na zona de rebaixamento. E o Vasco na Série B, terceiro da zona de classificação, assistindo a belíssima campanha do Guarani. Por que essa realidade dos clubes cariocas? Será reflexo das administrações arcaicas ou realmente o brilho ofuscou-se no final dos anos 90?

Quando se fala de insucesso dos times do Rio de Janeiro, naturalmente aparece a comparação com os paulistas. Bairrismo histórico? Talvez. Mas, no atual cenário do futebol nacional, a comparação com São Paulo se dá porque este estado detém, hoje, o melhor futebol do país. Em termos de estrutura, administração e até mesmo nível técnico. A maior cidade brasileira com o melhor futebol do país.


Máquina Tricolor dos anos 70. Foto: INTERNET

Uma pequena explicação para explicar o porque da última frase. O sucesso nacional dos clubes cariocas se deu principalmente porque a cidade do Rio de Janeiro foi capital federal até 1960. Os centros das discussões políticas e financeiras, entre outros assuntos, estavam concentrados por aqui, enfatizando o poder da cidade em relação à nação. Tendo o futebol como principal esporte do país desde então, esta influencia fez com que Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo ganhassem projeção nacional.

Como se deu este domínio carioca? O rádio foi o principal agente. Por se tratar de um veículo de alcance até internacional – há relatos de se ouvirem os gols de Zico nos EUA pela Rádio Nacional no final dos anos 70 – e pelo fato de as principais rádios do país se concentrarem no Rio de Janeiro, os clubes da então capital federal ganharam todo país. O popularismo do Flamengo em caráter local, por exemplo, fora transmitido via ondas de rádio para muitos rincões do Brasil. E o que explica a existência de 33 milhões de rubro-negros no Brasil e a relação cidade central-imprensa-influencia.


Roberto Dinamite, protagonista de um dos lances mais geniais da história do futebol carioca: clique na foto e leia as legendas do trabalho do excelentíssimo Eurico Dantas.

Após a transferência da capital federal para Brasília, o Rio de Janeiro foi perdendo importância com o tempo. A longínqua Brasília não conseguiu, até hoje, ganhar o mesmo destaque que o Rio. Talvez por ainda não ter conseguido o mesmo glamour da cidade que foi capital do Brasil por séculos. E quem se tornou “cidade centro?” São Paulo. Berço da regular industrialização no Brasil, foi ganhando espaço por sua força econômica. E esta força lhe tornou a principal cidade do país atualmente.

Os veículos de comunicação mais influentes hoje em dia não estão na antiga ou na atual capital federal. Existem até alguns na antiga, mas o “grosso” está na “capital financeira”. São Paulo é o centro das atenções. O futebol praticado na cidade é propagado para todo os rincões do Brasil via todas as tecnologias que a imprensa paulista dispõe, isto é, jornal, rádio, TV, Internet, celular... Inapelável em relação ao simples, mas revolucionário para a sua época, rádio, que disseminou o futebol carioca.


O genio das pernas tortas fazendo mais uma de suas peripércias com a bola. Foto: INTERNET.

Sem influencia, menos atenção. Menos atenção, menos patrocinadores. Menos patrocinadores, mais dependência do trabalho dos cartolas. Mais dependência dos trabalhos dos cartolas, mais necessidade de boas administrações. O que no Rio nunca existiu desde que este que escreve se entende como gente. Melhor, até mesmo antes, muito antes, do nascimento deste que escreve.

Não que o brilho tenha acabado no fim da década de 90. Há brilho. Não há boa administração. Como trouxe o conteúdo deste texto, o problema é histórico. A realidade não mudará da noite para o dia, como os cartolas cariocas pensam. Enquanto eles continuam vivendo das glórias da capital federal e não se enquadram à atual conjuntura, São Paulo cresce, domina. E traz junto Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Se nada mudar, as fotos do post ficarão como lembrança do futebol carioca.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

DE VOLTA: MAIS UMA VEZ!

Mais uma tentativa de reinicio... Vamos ver se a rotina deixa o "menino fazer o que gosta"...

Nesse meio tempo em que o Caneta esteve fora do ar, este que vos escreve foi aceito no site FUTNET (http://www.futnet.com.br/), onde colabora com a cobertura do Botafogo. E para celebrar essa nova tentativa de reinicio do blog, segue a matéria publicada ontem no citado site sobre o início de Brasileirão do Botafogo.


FOTO: INTERNET

Início de Brasileirão do Bota é parecido com o de rebaixados em edições anteriores
Aldevan Junior
Rio de Janeiro - RJ

A torcida alvinegra já começa a ficar apreensiva com o início de Brasileirão do Botafogo. Isso porque desde o início da era dos pontos corridos, pelo menos uma das equipes que somaram, no máximo, seis pontos nas oito primeiras rodadas do Brasileirão caiu para a Série B. Com exceção de 2004, quando o próprio Botafogo dividia as últimas posições com o Flamengo (ambos com quatro pontos) e o Paysandu (três pontos) na 8ª rodada e nenhum foi rebaixado no fim.

Em 2003, ano em que o Cruzeiro levou a tríplice coroa – Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão – Ponte Preta, Goiás e Fortaleza eram os últimos da tabela na 8ª rodada, todos com seis pontos. Naquele ano, apenas duas equipes caiam. E o Tricolor de Aço terminou o campeonato rebaixado.

A partir de 2004, o rebaixamento passou a contar com quatro equipes. Na 8ª rodada do Brasileirão de 2005, os quatro últimos eram Brasiliense, Figueirense (ambos com seis pontos), Atlético-MG (cinco) e Atlético-PR (quatro). O time do Distrito Federal e o Galo acabaram rebaixados. Neste ano, o Corinthians levantou o caneco, em meio à polêmica dos jogos anulados e a complicada partida contra o Internacional no Pacaembu, numa atuação desastrosa do árbitro Márcio Resende de Freitas.

Já em 2006, 2007 e 2008, anos do tri do São Paulo, a já citada saga continuou. Em 2006, o Palmeiras tinha quatro e o Santa Cruz, três; o tricolor pernambucano terminou na Série B e hoje está na última divisão do futebol nacional, a nova Série D. Em 2007, o Náutico tinha cinco e o América-RN, quatro; o time de Natal, que naquele ano fez a pior campanha da história do Brasileirão de pontos corridos, caiu. E em 2008, Santos e Goiás tinham seis, o Ipatinga, cinco e o Fluminense, concentrado na disputa da Libertadores, tinha apenas três. O Tricolor carioca conseguiu se livrar, mas o time do Vale do Aço mineiro foi rebaixado.

Em quatro edições desses sete anos de Brasileirão de pontos corridos, o lanterna da 8ª caiu para a Série B. Por isso, é bom o Glorioso abrir o olho. O time é o último colocado do Campeonato Brasileiro, com apenas seis pontos ganhos em 24 disputados. E terá de se superar diante do líder Atlético-MG no próximo domingo no Mineirão para se livrar do fantasma do rebaixamento.

Assinar Feed Assinantes

Seguir no Twitter Seguidores

Artigos publicados Artigos

Comentários recebidos Comentários