VEXAME

Não há outro modo de definir o que aconteceu ontem diante de 50 mil torcedores no Maracanã senão com esta única palavra. O Flamengo, que havia ganhado o América do México no Estádio Azteca por 4 a 2, perdeu ontem por 3 a 0, com dois gols de Cabañas (1,73m e 78 Kg - IMC 26, sobrepeso) e um de Esqueda e está eliminado da Copa Libertadores da América.

A partida se resumiu num América fechado, explorando os contra-ataques e um Flamengo preocupado com a festa de despedida exacerbada para Joel Santana e com a ressaca do título estadual. Menos com o América. E fez o "infazível". O América chutou despretenciosamente 6 bolas ao gol do Bruno; acertou três. O Flamengo passou de relaxado à desesperado. E não conseguiu vazar o excelente goleiro Ochoa.

O que dizer? Pressa de diretoria em dispensar Joel e apresentar Caio Júnior? Falta de treinamento para o jogo de ontem (houve apenas um rachão)? Incredulidade de derrota por parte da equipe, comissão técnica e diretoria e a conseqüente soberba? É, isto tudo. Somada à escalação e as substituições equivocadas do novo técnico da seleção sul-africana.

E o vexame já está feito. O jogo de ontem já entou para a história.

O problema maior será o daqui pra frente.

Caio Júnior agora tem uma bomba relógio em suas mãos. Que já está acionada.

Ele só se livra dela porque que Joel sai e a torcida fica chateada com ele, já que não se esperava a eliminação na Libertadores e de certo modo ele contribuiu para o vexame ao escalar e mexer mal no time. E Caio pode trabalhar a equipe à sua maneira, sem a necessidade de cumprir religiosamente o que Joel deixou.

Mas a bomba pode não soltar de suas mãos. Um deslize e vai tudo para o espaço. Será que Caio consegue sobreviver? Capacidade ele tem. Ao contrário de Paulo Vinícius Coelho, não penso que só o título nacional apaga o vexame de ontem. Uma classificação para a Libertadores e um futebol bem jogado já basta. Vamos ver como ele se sai e como vai lidar com a pressão da torcida rubro-negra.